Antônio Rogério Toscano será o palestrante desta terça feira (23) na Funarte São Paulo

Junho 18, 2009

O dramaturgo e professor de teoria teatral Antônio Rogério Toscano será o palestrante desta terça feira (23) na Funarte São Paulo. A palestra integra o ciclo de atividades sobre o Teatro Brasileiro dentro do projeto O Javali. O tema discutido será: A Desconstrução do Paradigma na Criação Atoral. Esta será a penúltima palestra do projeto e acontecerá das 19h às 22h. O Ciclo de palestras está previsto para encerrar com a presença de Luís Alberto de Abreu no dia 7 de julho. O local das atividades é o Complexo Cultural Funarte, na Alameda Nothman,1058, Campos Elíseos e a entrada é franca.   

Doutor pela USP e professor de teoria na Escola de Artes Dramáticas, Rogério Toscano é autor de diversos espetáculos importantes para a Cena Teatral Brasileira, entre eles, Osvaldo Raspado no Asfalto, Leo não pode mudar o mundo e Sacromaquia.

 Por Carla Maciel

“Teorias e Práticas da Dramaturgia” com Alessandro Toller

Junho 18, 2009

 

A Funarte SP abre as inscrições para o Workshop “Teorias e Práticas de Dramaturgia” com Alessandro Toller no próximo dia 29 de junho, das 19h30 às 22h00. O curso integra o projeto de criação colaborativa, cujo nome é “O Javali”, e para esta atividade está previsto três encontros, onde os alunos não precisam ter uma formação específica na área e as inscrições são gratuitas. A proposta é trabalhar a iniciação da dramaturgia do texto em cima de teorias e práticas que possam exercitar a elaboração do texto propriamente dito e o estímulo ao processo criativo, partindo de uma retina da criação nacional permeada por suas referências.

 O dramaturgo Alessandro Toller assinou os textos dos espetáculos “Tauromaquia” (dirigido por Maria Thaís), “Fronteiras” (em parceria com Newton Moreno), “Západ – A Tragédia do Poder” (Maria Thaís), entre outros. Fez parte do núcleo de dramaturgia da Escola Livre de Teatro, coordenado por Luís Alberto de Abreu.

Público Alvo: Artistas plásticos, atores, bailarinos, dramaturgos, produtores culturais e demais interessados.

Emissão de certificado.

Datas: 29 e 30 de junho e 06 de julho.

Horário: 19h30 às 22h

Local: Funarte SP

Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos.

Inscrições: Funarte SP

inscricoes.javali@gmail.com ou pelo telefone: 36625170 (Sharine Melo)

www.projetoojavali.blogspot.com

por Carla Maciel

 

 

Roberto Mallet palestra nesta segunda feira na Funarte SP

Junho 18, 2009

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O Teatro Brasileiro entre a Poética da Ação e do Tempo

O diretor, ator e professor de Interpretação da Unicamp, Roberto Mallet será o próximo palestrante a integrar o ciclo de atividades sobre o Teatro Brasileiro dentro do projeto O Javali. Os temas discutidos serão: a Poética da Ação, onde tem como proposta, a discussão permeada por uma síntese sobre o teatro e crítica cultural, e a Poética do Tempo, em que reflete sobre o processo de criação no teatro a partir do trabalho que realiza com o Grupo Tempo desde 1992 quando o mesmo foi fundado. A palestra acontece esta segunda feira, dia 22 de junho, das 19h às 22h, no Complexo Cultural Funarte, na Alameda Nothman,1058, Campos Elíseos e a entrada é franca.

Como diretor, Roberto Mallet tem destaque em inúmeras montagens, entre elas, “Na Colônia Penal” (1990), de Franz Kafka (prêmio especial de dramaturgia no VII Festivale e IV Festival Universitário de Teatro de Blumenau), Nós (1991 – prêmio de Melhor Direção e Espetáculo no IV Festival de Teatro de Sorocaba), ambas no Grupo Fênix, da Universidade de Blumenau (SC),Don Juan Tenório (1997), de Molière (prêmios de Melhor Espetáculo do XIV Festivale e Melhor Direção e Melhor Espetáculo no Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente/99), para a Companhia Teatro da Cidade, de São José dos Campos (SP), A Parábola dos Cegos (1997), de Michel de Ghelderode (prêmios de Melhor Direção no I Festival de Teatro de Guarulhos, Melhores Espetáculo e Direção no Mapa Cultural Paulista/98), para o Grupo Salsaparrilha, de Guarulhos (SP).

 As palestras terão continuidade sempre das 19h às 22h com Rogério Toscano (23/06) e por último, encerrando as atividades do Javali, está previsto a presença de Luís Alberto de Abreu (07/07).

 

por Carla Maciel

Inscrições abertas para o workshop de Bufão

Junho 18, 2009

A Funarte SP abre as inscrições para o Workshop: “A Construção do Bufão e sua retina nacional” com Dani Biu. O tema propõe a criação do personagem bufônico através de uma retina nacional, incitando e descobrindo as especificidades de criação de cada ator. A proposta deste workshop é apontar os variados caminhos para se construir um personagem bufônico que parta do âmbito estético e entre na conceitualização poética e sarcástica, entre o drama e a comédia trabalhados de forma prática. O workshop que será composto por três oficinas, acontecerão nos dias 23 e 30 de junho e 07 de julho, das 15 às 17h, no Complexo Cultural Funarte, na Alameda Nothmann,1058, Campos Elíseos e as inscrições são gratuitas.  

Aluna do mestre italiano, professor na École Jacques Lecoq em Paris, Giovanni Fusetti, Daniela Biancardi (Dani Biu) , estuda há dez anos a linguagem cênica bufônica e após quatro anos de trabalho e estudos com teatro circense no exterior, está de volta ao Brasil. Há dois anos desenvolve atividades de estudo de linguagem com crianças e adultos. Entre os diversos projetos estão os trabalhos que desenvolve nas favelas de São Paulo, o que lhe rendeu o convite da ONG “Palhaços Sem Fronteira” na missão para África, no ano passado.

O Bufão, segundo Lecoq, é por excelência, um ser não-humano, potente e capaz de ampliar a dimensão crítica da humanidade, a partir de suas atrocidades, crueldade e diferenças. Ele não tem função de sociabilizar, mas ele pode criticar destacar e questionar as relações humanas. São personagens trágicos e escatológicos

Público Alvo: Artistas plásticos, atores, bailarinos, dramaturgos, produtores culturais e demais interessados.

Emissão de certificado.

Datas: 23 e 30 de junho e 07 de julho

Horário: 15 às 17h

Local: Funarte SP

Al. Nothmann, 1058, Campos Elíseos.

Inscrições: Funarte SP

inscricoes.javali@gmail.com ou pelo telefone: 36625170 (Sharine Melo)

www.projetoojavali.blogspot.com

 

por Carla Maciel

Umberto Magnani discute a Criação Atoral na Funarte

Junho 15, 2009

beto magnaniFoto: Tito Oliveira

Umberto Magnani é o próximo convidado para o projeto O Javali: Processo de Criação Atoral . A palestra, cujo tema é, “A Palavra da Ação na Criação Atoral”, terá mediação do diretor Claudio Mendel e será nesta terça feira (16), das 19h às 22h, na Funarte SP (Alameda Nothmann,1058, sala 1). O objetivo é debater e discutir com o público, através da experiências adquiridas com o processo de direção na criação atoral e colaborativa. O ator e diretor Umberto Magnani está completando 42 anos de carreira e  possui uma trajetória de grande relevância como ator, produtor e diretor de teatro. No seu currículo constam mais de dezoito trabalhos em televisão, entre novelas e misséries, como Felicidade e Laços de Família. Cerca de doze trabalhos em teatro, como os inesquecíveis: Lua de Cetim e o Santo Inquérito, este último contracenado com Regina Duarte; e sete longas metragens de sucesso no cinema, incluindo os clássicos “Quanto Vale ou é Por Quilo” e “Cronicamente Inviável”, ambos do diretor Sergio Bianchi.

O projeto O Javali consiste na proposta de elaborar um espetáculo de teatro inédito, original e extremamente brasileiro. por meio de um processo colaborativo. O projeto vem sendo estudado há vários anos e agora toma forma, durante a realização de uma série de seminários, oficinas e workshops, que estão acontecendo na Funarte SP, desde maio. Todas as atividades são abertas ao público e com entrada franca. Com direção geral de Claudio Mendel, o projeto conta com os dramaturgos Alessandro Toller e Carolina Ziskind que estão dando andamento ao texto O Javali, a partir de um canovaccio, feito a partir dos estudos preliminares. A criação do texto e também a concepção da direção, montagem e encenação serão construídas em conjunto com a platéia. Ao final do projeto, que seguirá até 7 de julho, será apresentado o resultado dessa construção colaborativa: O Javali (um monólogo, interpretado pelo ator Clóvis Gonçalves), em temporada aberta ao público. Os encontros permitem que os participantes conheçam, através da realização de Seminários, oficinas e workshops,  que  integram o projeto, todo o processo por qual passa uma obra teatral, desde a concepção do texto até a encenação, propriamente dita. Entre os fundamentos discutidos estão: as temáticas essenciais para cena de teatro brasileiro, a abordagem nacional de autores revisitados e a busca por um viés nacional para a obra. As abordagens serão conduzidas a partir de experiências já realizadas por autores, diretores e atores, juntamente com o público presente.

www.projetoojavali.blogspot.com

por Carla Maciel

A Evasão do público em teatro

Maio 22, 2009

O que será que atrai o público para assistir uma peça de teatro? Será a qualidade do espetáculo? Ou seria as rostos famosos da TV  que ali se encontram?

Na capital de São Paulo, cerca de 200 apresentações de espetáculos em Artes Cênicas acontecem de sexta a domingo simultaneamente.  O bom teatro muitas vezes fica esquecido e as comédias de todas as qualidades esgotam os ingressos da grande cidade. E quanto mais gente assiste, mais o público se multiplica. Seja por passar pela frente do espaço e achar que aglomerado é conseqüência de qualidade, seja pela divulgação boca a boca, que atrai novas pessoas.

A cada dia, vem a pergunta sobre a evasão do público em teatro. As filipetas de divulgação cada vez  apelam mais para os descontos e cortesias. Como diria o ator Umberto Magnani: “Teatro tem que começar às 19h e os espaços necessitam de determinações por gêneros de espetáculos”. Esta pode ser uma solução.

Mas,  muitos não sabem dizer o que de fato acontece. Outros criam lugares de entretenimento no próprio teatro, com música, café, cerveja, como é o caso dos Satyros, Parlapatões e outros presentes na praça Roosevelt, no centro da Cidade.

Então lançamos um fórum de discussão neste post:

O que não te leva ao teatro?

Qual critério utiliza para ver um espetáculo?

Quais soluções  você daria para atrair o público para um bom teatro?

Carla Maciel

“O Javali” incia hoje com ciclo de seminários no Complexo Cultural Funarte SP

Maio 19, 2009

Renato Ferracini abre a programação de seminários que irão integrar o projeto O Javali. O palestrante abordará o tema “A criação poética do ator na cena”,  debatendo o  processo de criação do ator permeado pelas possibilidades de re- surgimento do mesmo, e exemplificará com diversas experiências semelhantes na história da arte teatral. A palestra acontece hoje, dia 19 de maio, das 18h às 21h, no Complexo Cultural Funarte, na Alameda Nothman,1058, Campos Elíseos e a entrada é franca.  

O projeto O Javali: Processo de Criação Atoral consiste na elaboração de um espetáculo de teatro inédito, original e extremamente brasileiro. O projeto vem sendo estudado há vários anos e agora tomará forma, durante a realização de uma série de seminários, oficinas e workshops, que acontecerão na Funarte SP, aberta ao público e em todas as atividades deste projeto a entrada será franca.

 Com direção geral de Claudio Mendel, os dramaturgos Alessandro Toller e Carolina Ziskind darão andamento ao texto O Javali, a partir de um canovaccio, um esboço da obra pretendida, feito a partir dos estudos preliminares. A finalização do texto e também a concepção da direção, montagem e encenação (com cenário e figurino) serão concluídas em um processo colaborativo com a plateia. Ao final do projeto, que tem previsão de dois meses de duração, será apresentado o espetáculo O Javali, um monólogo interpretado pelo ator Clóvis Gonçalves, fruto dessa construção coletiva.

 Os encontros permitirão que o público conheça todo o processo por qual passa uma obra teatral, desde a concepção do texto até a encenação, propriamente dita. Os seminários, oficinas e workshops têm um caráter colaborativo do público que poderá dialogar com esse processo e interferir na criação da obra. Entre os fundamentos discutidos estão: as temáticas essenciais para cena de teatro brasileiro, a abordagem nacional de autores revisitados e a busca por um viés nacional para a obra. As abordagens serão conduzidas a partir de experiências já realizadas por autores, diretores e atores, juntamente com o público interessado.

 Renato Ferracini possui graduação em Artes Cênicas pela UNICAMP (1993), mestrado (1998) e doutorado (2004) em Multimeios também pela UNICAMP. É ator-pesquisador colaborador do LUME – Núcleo interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da UNICAMP e atua teórica e praticamente em todas as linhas de pesquisa do núcleo desde o ano de 1993. Atualmente é professor e orientador da pós-graduação em Artes da UNICAMP e ministrou aulas na pós-graduação – como professor convidado – na USP, UFPB, FURB e Universidade de Évora (Portugal). Coordenou o projeto Jovem-Pesquisador da FAPESP “Aspectos Orgânicos na Dramaturgia de Ator”: um projeto inter institucional entre LUME UNICAMP – LINCE USP. Possui três livros publicados: “A Arte de Não Interpretar como Poesia Corpórea do Ator” (Editora da UNICAMP e FAPESP – 2001), “Café com Queijo: Corpos em Criação” (HUCITEC e FAPESP – 2006) e “Corpos em Fuga, Corpos em Arte – ORG” (HUCITEC e FAPESP – 2006). É editor da Revista do LUME e possui artigos publicados nos principais periódicos de teatro e artes cênicas do Brasil.

Atualmente, Ferracini é vice-coordenador do GT Territórios e Fronteiras da ABRACE. Apresentou espetáculos e ministrou workshops, palestras, debates, demonstrações técnicas e pesquisas de campo sobre o trabalho desenvolvido no LUME em muitas cidades do Brasil. No exterior realizou esses mesmos trabalhos como pesquisador convidado em eventos nos seguintes países: Dinamarca, Noruega, Egito, Israel, Equador, Bolívia, México, EUA, Itália, França, Alemanha, Bélgica, Escócia, Portugal e Coréia do Sul.

Mais informações sobre o palestrante acesse:
renatoferracini.com

INSCREVA-SE  JÁ:

11 3662-5177

 Carla Maciel

Tetro de Arena completa 56 anos e reestréia o Maria Peregrina

Maio 12, 2009

Foto: Tito Oliveira

O Teatro de Arena é palco para nova

temporada da peça Maria Peregrina

O premiado espetáculo Maria Peregrina, de Luís Alberto de Abreu, reestreiou no dia 8 de maio, sexta-feira, Teatro de Arena Eugênio Kusnet, às 21 horas e ficará em temporada até o dia 28 de junho. No palco, sob direção de Claudio Mendel, estão os atores Adriana Barja, Vander Palma, Conceição de Castro, Caren Ruaro, André Ravasco e Tamara Cardoso.

A atriz Tamara Cardoso no papel de Theodorzinho

O enredo, transitando entre o drama e a comédia, apresenta três histórias distintas que narram o universo da santa popular Maria Peregrina. Conhecida como Nega do Saco ou Maria do Saco, ela viveu mais de 20 anos nas ruas de Santana, um dos bairros mais antigos de São José dos Campos (SP). Após a sua morte, ocorrida em 1964, passou a ser considerada santa popular, integrando o universo folclórico do Vale do Paraíba.

O ator André Ravasco

A peça Maria Peregrina tem uma história de nove anos em cartaz e, após sua estréia, em junho de 2000, o espetáculo registra uma trajetória com 40 prêmios, 200 apresentações e um público estimado de 70 mil espectadores. Entre as premiações, destaque para o autor, que ganhou o Prêmio Shell 2003 e no 30º Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa (PR) 2002, para o espetáculo, que venceu como Melhor Espetáculo, Melhor Direção, Melhor Atriz (Andréia Barros), Melhor Atriz Coadjuvante (Conceição de Castro), Melhor Cenário, Melhor Figurino e Melhor Autor Nacional. A peça viajou pelo interior de São Paulo e pela Capital com o sucesso de público e crítica, participando também de festivais importantes por todo o Brasil.

A montagem reúne técnicas do teatro oriental e ocidental, mesclando a estrutura do teatro clássico japonês com a narrativa encontrada em Brecht e no teatro épico. Os artistas narram e vivenciam as histórias ao mesmo tempo: ora no passado (atores-narradores), ora no presente (personagens-narradores). A trilha sonora é interpretada pelos próprios atores e composta por músicas das festas populares e religiosas da região. A escolha do repertório se deu pelo músico e violonista Márcio de Oliveira, que também assina a direção musical. O cenário e o figurino foram criados por Carlos Eduardo Colabone (prêmio Molière por Vestido de Noiva), inspirados nas obras das famosas figureiras da região.

fotos do espetáculo maria peregrina - funarte 500

Maria Peregrina surgiu a partir de pesquisas realizadas pelos integrantes da Cia. Teatro da Cidade sobre a cultura popular do Vale do Paraíba. Luís Alberto de Abreu utilizou fatos e episódios colhidos sobre a personagem, na sua maioria presentes apenas no imaginário da população. Segundo depoimentos de pessoas que a conheceram, nem ela mesma sabia quem era e nem os motivos pelos quais peregrinava. Por isto, a personagem é considerada um signo da modernidade pelo dramaturgo, pois assim como ela, as pessoas esquecem suas origens. “O homem contemporâneo não é essa granítica individualidade que se move no ar, sem sustentação, com uma noção de vazio na alma? Não corremos atrás de nossa identidade como pessoa, cidadão, cultura e nação? Não era tudo isso a Maria do Saco?”. Argumenta Luís Alberto de Abreu, que também é autor de O Livro de Jô, Iepe, Um Trem Chamado Desejo e outras obras.

Se você não assistiu! Aproveite a curta temporada e vá até a bilheteria, diga a senha: “na boca da cena” e retire o seu ingresso!

Uma parceria do blog Na Boca Da Cena com A Cia Teatro da Cidade

por Carla Maciel

Foto: Tito Oliveira

O nosso “Espec – ator” estará sempre vivo

Maio 4, 2009

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Não morre quem lutou
Não morre um ideal”


“Mesmo quando inconscientes, as relações humanas são estruturadas em forma teatral: o uso do espaço, a linguagem do corpo, a escolha das palavras e a modulação das vozes, o confronto de idéias e paixões, tudo que fazemos no palco fazemos sempre em nossas vidas: nós somos teatro!”.  Augusto Boal.

Um dos maiores dramaturgos, diretor e ensaísta do Brasil nos deixou este sábado.  Aos 78 anos,  ás 02h40 da madrugada, Boal veio a falecer por insuficiência respiratória, vítima de Leucemia, no hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. “Uma grande perda. Ele foi um homem que sempre lutou com todas as forças para a mudança social através da arte”, declara o presidente Luis Inácio Lula da Silva.

No enterro, que aconteceu no Cemitério do Caju, na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro hoje, estavam muitos amigos, admiradores e parentes. E para demonstrar o reconhecimento por este homem de teatro, todos mergulham no conceito que ele sempre pregava: “Os atores são os próprios espectadores, o palco é a platéia e a platéia, palco”. Recebido de pé, com muitos aplausos como em um grande espetáculo. “A gente sempre diz que os mortos são insubstituíveis, mas Boal, de fato, o é. Ele é um dos deuses do arquipélago do teatro, um dos mitos da nossa religião. É uma perda irreparável”, lamentou Aderbal Freire Filho, grande amigo e que esteve com ele na sala de espera do consultório do Dr. Flavio, médico de Boal, antes do internamento.

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“Todos os seres humanos são atores – porque atuam – e espectadores porque observam. Somos todos ‘espec-atores”. Este lema, é o fundamento de um dos legados de Boal: o Teatro do Oprimido, criado por ele na década de 60, e que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Nobel da Paz em 2008. Ainda no ano passado, no dia 16 de março, mesmo dia do nascimento de Boal, foi instituído o Dia Mundial do Teatro do Oprimido.

Hoje, a metodologia do Teatro do oprimido é difundido por todo o mundo, nas três últimas décadas do século XX mais precisamente.  A sua relevância vai além do teatro, está no instrumento de emancipação política nas mais diversas áreas: educação, saúde mental e no sistema prisional. Suas teorias sobre o teatro são estudadas nas principais escolas de teatro do mundo.”Boal reinventou o teatro político e é uma figura internacional tão importante quanto Brecht ou Stanislavski”, afirmou o jornal inglês The Guardian.

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Saiba mais sobre Augusto Pinto Boal ….

Ele nasceu em 16 de março de 1931, na Penha, bairro da zona Norte do Rio. Boal chegou a se formar em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, em 1950, mas viajou em seguida para os EUA, onde estudou artes cênicas na Universidade de Columbia. Na década de 70, por estar exilado do país pela ditadura militar, difundiu seu método pela Europa.

De volta ao Brasil, sua primeira peça como diretor do Arena foi Ratos e Homens, de John Steinbeck, que lhe rendeu o prêmio de revelação da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Dirigiu ainda, entre outras peças, Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri, e Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho. Foi o diretor do espetáculo Opinião, com Zé Ketti, João do Vale e Nara Leão, que passou para a história como um ato de resistência ao golpe militar de 1964.

matéria por Carla Maciel

 

 

 

 

Bolívia em foco

Abril 20, 2009

Pela primeira vez na história da Bolívia,  dois festivais internacionais de teatro do país, de caráter bi anual e que geralmente ocorre de forma intercalada, acontecem no mesmo período. O Festival Internacional de Teatro de Santa Cruz De La Sierra está comemorando a sua sétima edição, desde do dia 16 de abril até o dia 26 de abril de 2009 com uma programação cultural diversificada, e o Escênica Festival, que está homenageando o Bicentenário da cidade de La Paz neste ano, tem sua programação marcada entre os dias 16 e 30 de abril de 2009, também promete 14 dias de muita arte.

Os dois festivais recebem grupos de mais dez países diferentes, eles eles, Argentina, Bélgica, Alemanha, Chile, Brasil e Holanda. Em média, quatro representantes de cada país terá espaço garantido nos diferentes centros culturais do festival, como também o prestígio do público, que está lotando as platéias todos os dias.

Os representantes das Artes Cênicas do Brasil nos festivais da Bolívia, neste ano, estão sendo – em Santa Cruz – , “Instantes de Felicidade”, realizado pela “Cia de dança Quasar” que brilhou nas apresentações já realizadas, que tem a concepção do coreógrafo Henrique Rodovalho; a “Cia Seres de Luz” mostrou a obra “Convocadores de Estrelas”, de Lily Curcioi e direção de Rafael Curci; o grupo “Oculto do Aparente” com “Além da Mágica”, trouxe direção de Celio Amino e Ricardo Malebi e  a “Cia Teatro da Cidade”, com a obra Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues, com direção de Claudio Mendel e que marca presença nos dois festivais, dividindo a representatividade brasileira  com a “Cia Arte in Vitro”, com “Quase de Verdade”, de Caetan Gotardo e direção de Cainan Baladez.

Mais informações :

http://www.festivalesapac.com/teatro.htm

http://cic2009.lapaz.bo/escenica/

matéria por Carla Maciel